Gato também tem pressão alta?

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Frequentemente ouvimos falar de pessoas com pressão alta tomando remédios para controlá-la. Mas você sabia que o mesmo pode acontecer com animais, inclusive gatos? Vamos entender um pouco mais sobre isso.

O que é? 

A pressão arterial é a força que o sangue exerce sobre a parede dos vasos sanguíneos, podendo variar continuamente. Quanto mais sangue o coração bombeia por minuto, maior é a pressão.

O organismo possui métodos para controlar essa pressão, seja pelo sistema nervoso ou através de hormônios. No entanto, algumas doenças podem alterar esses mecanismos e causar falhas na regulação da pressão. 

Quando a pressão permanece alta de forma contínua, é chamada de hipertensão arterial sistêmica (HAS). Esse aumento crônico pode resultar em graves consequências para os felinos.

Como é medida?

A pressão arterial pode ser medida de duas maneiras: pelo método direto ou indireto. O método direto envolve a implantação de um cateter diretamente na artéria, proporcionando uma leitura precisa, porém mais invasiva. 

Já o método indireto, que é o mais utilizado devido à sua praticidade e acurácia, emprega o equipamento Doppler. Esse método transforma o fluxo sanguíneo em sons, e a pressão é então medida com a ajuda de um esfigmomanômetro.

Para garantir uma aferição correta, é essencial que o animal esteja tranquilo e calmo durante a medição. O estresse pode causar um aumento temporário na pressão arterial, interferindo no diagnóstico. Por isso, a preparação do ambiente e a abordagem cuidadosa do veterinário são fundamentais para obter resultados precisos.

De onde vem a hipertensão?

A hipertensão pode ter diversas origens, geralmente relacionadas a fatores ambientais ou à presença de uma doença subjacente. Com base nisso, a hipertensão pode ser classificada em três categorias principais:

  1. Síndrome do jaleco branco – quando a pressão aumenta momentaneamente por estresse causado pelo ambiente, como durante a consulta com o veterinário.
  2. Hipertensão primária – aumento da pressão sem causa conhecida
  3. Hipertensão secundária – aumento da pressão causado por doenças subjacentes, como problemas renais, hipertireoidismo e diabetes mellitus.

E quais as consequências?

Em condições ideais, a pressão arterial de um gato saudável deve estar abaixo de 140 mmHg. Quando esse valor permanece elevado de forma crônica, há um risco significativo para órgãos sensíveis, como os rins, olhos, cérebro e coração.

Esse aumento é categorizado então de acordo com o risco, que são:

  • Categoria I (até 140mmHg) – risco mínimo
  • Categoria II (140-159 mmHg) – risco baixo
  • Categoria III (160-179 mmHg) – risco moderado
  • Categoria IV (maior que 180 mmHg) – risco alto 

As consequências da hipertensão crônica incluem:

  • Cérebro: o aumento de pressão crônico pode levar a lesões neurológicas com isquemia e hemorragia
  • Olhos: hemorragia, deslocamento de retina, glaucoma e cegueira
  • Coração: hipertrofia, dilatação da aorta e insuficiência cardíaca
  • Rins: degeneração das células, agravamento da hipertensão, insuficiência renal

Fique de olho

A hipertensão é uma doença silenciosa, e algumas alterações sutis no início podem passar despercebidas pelo tutor, como letargia, sensibilidade à luz e mudança no apetite. Para identificar a pressão arterial, é necessário um exame minucioso feito pelo médico veterinário. 

Gatos idosos ou diagnosticados com problemas como doença renal crônica, hipertireoidismo e diabetes mellitus devem fazer check-ups regulares.

Cuidar da saúde do seu gato é essencial para garantir uma vida longa e saudável. Fique atento aos sinais e consulte um veterinário regularmente.

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