Nesse mês, levantamos a bandeira azul marinho para conscientizar sobre e prevenção de doenças gastrointestinais e verminoses em pets.
Quais as doenças gastrointestinais mais comuns?
As doenças gastrointestinais são condições que afetam os órgãos e estruturas anexas do trato gastrointestinal, responsável pela digestão e absorção de nutrientes e eliminação dos resíduos. Dentre elas, podemos destacar algumas:
- Gastrite– inflamação da mucosa do estômago, que pode ser aguda ou crônica. Pode surgir silenciosamente e ter diversos fatores envolvidos como alimentar, uso de medicamentos, doenças sistêmicas ou infecção, como a causada pela bactéria Helicobacter spp.
- Inflamações intestinais– é um termo para se referir à inflamação no intestino que pode ser aguda (enterite) ou crônica (enteropatia). Pode estar associada a infecções virais, como na parvovirose, ou parasitos, como na giardíase, além de fatores imunológicos. Podem ser observadas a presença de diarreia (com ou sem sangue ou muco), flatulência, dor abdominal e perda de peso.
- Pancreatite– processo inflamatório que ocorre no pâncreas. Pode ser agudo ou crônico e seu aparecimento está associado à falha de um dos mecanismos de defesa do órgão e ativação precoce das enzimas digestivas. Sua presença na forma aguda e grave causa dor abdominal intensa, vômito e o animal pode adotar a “posição de prece”. Já a sua manifestação crônica pode ser mais sutil e com sintomas discretos.
- Megaesôfago– quando há uma dilatação desse órgão e seus movimentos diminuídos, dificultando a passagem de alimento causando retenção e acúmulo de alimentos no esôfago. Pode ser primário, relacionado à genética, ou adquirido na presença de miastenia gravis. Mais comum em cães, ela é marcada pela frequente regurgitação após as refeições, podendo ter outros sintomas associados à miastenia.
- Linfoma alimentar/gastrointestinal– uma neoplasia que envolve células linfoides, as quais participam do sistema imune, podendo estar associada à infecção da FeLV (Vírus da Leucemia Felina). Os sintomas incluem vômitos, diarreia, apatia, falta de apetite, desidratação, perda de peso, entre outros.
Atenção! Estas são apenas algumas das muitas condições que podem afetar o sistema digestivo dos pets. Sintomas aparentemente inofensivos, como vômito, diarreia e falta de apetite recorrentes, nunca devem ser ignorados. Sempre leve seu animal para uma avaliação com um Médico-veterinário.
Quais as verminoses mais comuns?
Os vermes redondos (nematódeos) e achatados (cestódeos) são dois grupos de parasitos que geralmente se instalam, na fase adulta, no intestino do cão e gato, podendo afetar a sua saúde de diferentes formas, como através da diminuição dos nutrientes ou se alimentando do sangue através da parede do intestino.
- Exemplos de vermes redondos:
- Toxocara canis e Toxocara cati
- Ancylostoma spp. (como as espécies A. caninum, A. braziliense)
- Truchuris vulpis
- Exemplos de vermes achatados:
- Dipyliduim caninum
- Taenia (como as espécies T. crassiceps; T. hidatigena; T. multiceps)
- Echinococcus spp. (E. granulosus, E. multilocularis, E. multiloculari)
Sintomas
Os sinais clínicos variam conforme o parasita e o grau de infecção, mas os mais comuns incluem:
- Diarreia (com ou sem sangue)
- Perda de apetite
- Barriga distendida
- Anemia
- Fraqueza
- Perda de peso
- Pelagem opaca
- Imunidade enfraquecida devido à desnutrição
Prevenção e controle
A transmissão ocorre principalmente pelo contato com ambientes contaminados, onde há circulação frequente de animais e presença de ovos ou larvas no solo, água e fezes. Algumas verminoses também podem ser transmitidas por hospedeiros intermediários, como pulgas e carnes cruas ou mal cozidas de animais contaminados (coelho, roedores, porco).
Principais medidas:
- Higienização do ambiente: Remova fezes com frequência e utilize soluções sanitárias adequadas para desinfecção. Ovos e larvas de parasitas podem sobreviver por longos períodos no solo.
- Controle de ectoparasitas: Pulgas podem transmitir o Dipylidium caninum, então a prevenção contra ectoparasitas é fundamental.
- Evitar o consumo de carnes cruas ou mal cozidas: alguns vermes chatos, como Taenia spp., são transmitidos pelo consumo de carne contaminada (roedores, coelhos, pequenos ruminantes, suínos).
Fique atento! O uso de vermífugos periódicos sem ter os devidos sintomas pode levar à resistência parasitária e diminuir sua ação. Por isso, é recomendado levar o seu animal ao Médico-veterinário para receber o tratamento mais adequado, coletando o exame de fezes (coproparasitológico) sempre que possível.